Trinta mulheres foram assassinadas no Ceará no mês de janeiro

 


Trinta mulheres foram assassinadas no Ceará somente no mês de janeiro deste ano, segundo os dados oficiais disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

O número é 20% maior que o mesmo período do ano passado, quando 25 mulheres foram mortas no estado. As vítimas do primeiro mês de 2024 tinham entre 13 e 65 anos. A maioria delas foi morta por homicídio doloso, quando há a intenção de matar, e quatro foram vítimas de feminicídio.

Os crimes que levaram às mortes de mulheres ocorreram em 15 cidades. Fortaleza tem o maior número desses crimes, com 12 assassinatos, três deles por feminicídio. Em seguida, aparece o município de Caucaia, na Região Metropolitana, com três mortes; e Forquilha e Morada Nova, no interior, que tiveram duas cada.

Um dos crimes que marcou o mês de janeiro foi o do educador físico que matou a companheira a facadas na casa do casal, no Bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, no dia 31. A vítima tinha 44 anos.

O crime foi cometido na frente do filho do casal, de 11 anos, que abriu o portão para a polícia entrar no imóvel e capturar o homem. Antônio Márcio Ribeiro Parente e Silva, de 49 anos, foi autuado em flagrante por feminicídio majorado por causar constrangimento a uma criança que estava sob a guarda dele.

Também na capital, uma mulher de 49 anos foi morta a facadas pelo companheiro no Bairro Henrique Jorge. O suspeito, de 45 anos, tentou cometer suicídio após o crime, motivado por ele não aceitar o fim do relacionamento de 12 anos. Ele foi socorrido e autuado por feminicídio.

Já em Quixadá, uma adolescente de 13 anos foi morta a facadas pelo avô. O idoso, de 66 anos, tirou a própria vida logo em seguida.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) esclarece que nem todos os casos de homicídios de vítimas do sexo feminino são catalogados como feminicídio, que é a morte de mulher motivada por violência doméstica, ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Contudo, no decorrer das investigações os casos podem ser alterados para feminicídio.

Em 2022 e 2023 somados, as forças de segurança prenderam em flagrante 5.904 suspeitos de crimes tipificados na Lei Maria da Penha. Foram registradas também 738 prisões em flagrante por descumprimento de medidas protetivas.

Em 2023 foi lançado o sistema de solicitação de medidas protetivas de urgência de forma virtual para ampliar o acesso rápido ao serviço para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A SSPDS reforça ainda a importância da denúncia nos casos de violência, que podem ser feitas pelos números de telefone 190 e 181, ou para o WhatsApp (85) 3101-0181, pelo qual podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia.


Fonte: G1 - CE

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