Ex-prefeito de Uruburetama tem registro de medicina cassado
O médico e ex-prefeito de Uruburetama, José Hilson
de Paiva, acusado de cometer crimes sexuais durante décadas contra pacientes,
teve o registro cassado e não pode mais exercer a medicina. Ele foi condenado a
12 anos de prisão pelos abusos cometidos.
A decisão da cassação do diploma foi publicada em 16
de agosto no Diário Oficial da União. Segundo o Conselho Regional de Medicina
(CRM), Hilson feriu três artigos do código de ética médico. São eles:
·
Art. 30: usar da profissão para
corromper costumes, cometer ou favorecer crimes;
·
Art. 38: desrespeitar o pudor de
qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais;
·
Art. 40: aproveitar-se de situações
decorrentes da relação médico paciente para obter vantagem física, emocional, financeira
ou de qualquer natureza.
José Hilson atuava como médico quando foi acusado de
cometer crimes sexuais nos seus próprios consultórios nas cidades de Cruz e
Uruburetama, no interior do Ceará. Vídeos dos crimes foram gravados por ele
mesmo durante as supostas sessões médicas. O caso foi revelado pelo Fantástico
em 14 de julho de 2019, o que motivou a investigação.
Em julho de 2019, ele foi cassado pela Câmara
Municipal de Uruburetama, perdendo assim o mandato, e impedido de exercer a
medicina. Ele foi preso ainda em 2019. Em abril de 2020 saiu do presídio em
decorrência de integrar grupo de risco da pandemia, e cumpre, atualmente,
prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico.
O ex-prefeito, contudo, não foi condenado pela
acusação de violação sexual mediante fraude. O magistrado Tiago Dias da Silva
reconheceu que o crime foi cometido, porém ressaltou a sua prescrição, uma vez
que foi cometido em 2012 e o réu já possui mais de 70 anos. Esses critérios não
são considerados no caso de estupro de vulnerável, pelo qual José Hilson foi
condenado.
Além disso, o juiz da Comarca de Uruburetama manteve
a prisão preventiva do ex-prefeito com impossibilidade de recorrer em liberdade
"pois respondeu ao presente processo preso, cometeu crime que revela
periculosidade social e propensão para a reiteração criminosa", escreveu.
Fonte: G1 - CE
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