Ministério Público recomenda anulação de licitação por suposto direcionamento
O Ministério Público do Ceará, (MPCE), por meio do Promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, emite recomendação à Prefeita de Apuiarés, Íris Maria Cruz de Lima, para que tome providências no sentido de anular a Tomada de Preços nº 00.008/2021-TP, homologada no dia 10/03/2021, tendo como vencedora a empresa Caluggi Publicidade e Comunicação Ltda.
De acordo com o promotor, existe violação aos
princípios da moralidade e da impessoalidade, considerando que o Secretário de
Administração e Finanças, que figurou no procedimento como autor responsável
pelo Projeto Básico/Termo de Referência, possui grau de parentesco (irmão) com
o representante legal da empresa vencedora do certame.
Além do mais a empresa foi criada em 18/09/2020,
época coincidente com o período de campanha eleitoral e tendo prestado serviços
de publicidade à então candidata Iris Maria Cruz de Lima (Prefeita) que também
possui vínculo familiar com José Luciano Matos Teixeira.
Ainda conforme a recomendação do representante do
MP, a realização de pesquisa de preço de mercado de forma irregular, tendo em
vista que a referida pesquisa para formação do valor estimado da contratação
foi efetuada exclusivamente por meio de cotações solicitadas a potenciais
fornecedores, como consta do procedimento licitatório, o que se revela em
desconformidade com o entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) acerca
da necessidade da correta elaboração do orçamento estimado;
Para o Promotor Jairo Pequeno, “a condução irregular
do Certame, que revela ajuste ilegal e imoral do interesse público inicialmente
demonstrado (quando da apresentação da necessidade do serviço a ser licitado
para atender também às demandas da Secretaria de Administração e Finanças) à
necessidade de camuflar a irregularidade na celebração de contrato
administrativo entre a empresa vencedora (que seria representada no ato por José
Luciano Matos Teixeira) e a Secretaria de Administração e Finanças (que seria
representada no ato pelo Secretário João Paulo Matos Teixeira), uma vez que os
sujeitos citados são irmãos”.
Diante dos fatos, o MP recomenda que no prazo de 10
dias, seja informado quais gastos ou pagamentos, de qualquer espécie, foram
efetuados, devendo-se especificar os eventuais destinatários e os valores
repassados.
Veja recomendação do Ministério Público:
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