Prefeituras no Ceará enfrentam problemas para manter equipes da linha de frente de combate à Covid
Em meio a novas medidas rigorosas de controle da disseminação da Covid-19 e com crescimento no número de casos e de mortes no Estado, as prefeituras cearenses têm tido de lidar com mais um conflito: a dificuldade em manter a operação profissional da linha de frente de combate à doença. Diante das trocas de gestão em algumas prefeituras e dos problemas financeiros, médicos, enfermeiros e técnicos têm mantido a rotina em postos de saúde e hospitais, mas com salários atrasados ou pagos de forma parcelada.
Secretários e prefeitos apontam dívidas deixadas
pelas gestões passadas e têm anunciado acordos. Em Juazeiro do Norte, a
Prefeitura firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mediado pelo
Ministério Público Estadual (MPCE), e dispensou a empresa que geria alguns
equipamentos de saúde, enquanto é feita auditoria no contrato com ela.
Órgãos representativos alertam que, apesar da
gravidade, não é incomum a ocorrência de atrasos após a troca de gestões,
principalmente em municípios do interior, onde a arrecadação é menor.
Salário parcelado
Uma das cidades que têm tido instabilidades na
manutenção da linha de frente contra a Covid-19 é Tejuçuoca, na região Norte do
Estado.
"Nem chegaram a comunicar, já lançaram o
primeiro pagamento de R$ 117. Eu soube através de terceiros que havia sido
parcelado". O depoimento é de uma técnica em enfermagem do Hospital de
Pequeno Porte Roque Silva Mota, em Tejuçuoca.
Sem se identificar, ela diz ainda se sentir
"totalmente injustiçada, não só eu como todas as minhas colegas de
trabalho, nessa linha de frente".
A informação de que o salário de dezembro para
profissionais de saúde precisou ser parcelado em oito vezes foi confirmada pelo
prefeito do município, Britinho (PSD). Ele nega que não tenha havido
comunicação com o funcionalismo sobre a nova forma de pagamento. "Houve
duas reuniões com os médicos, e o acordo é pagar os cooperados até dia 10 de
fevereiro, além do pagamento para 50% dos médicos, referente ao mês dezembro.
Até dia 10 de março, pagaremos referente fevereiro e os outros 50% de
dezembro", explica.
Ele justifica o atraso pelas dívidas deixadas na
gestão anterior e o pouco dinheiro no caixa da Prefeitura após a transição, no
fim do ano passado.
Fonte: Diário do Nordeste
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