Chacina de Itapajé: Testemunha afirma que havia acordo para não ter "derramamento de sangue" entre grupos rivais
No
Jornal O Povo desta quinta-feira (21), consta matéria que, em depoimento à Justiça, uma das testemunhas da
chacina que aconteceu na cadeia pública de Itapajé afirma que existia um acordo
para que não houvesse "derramamento de sangue" na unidade. A chacina
vitimou 10 detentos e aconteceu no dia 29 de janeiro de 2018.
No
depoimento, a testemunha afirma que as celas de números 4 e 5 eram do Comando
Vermelho e que os presos que não pertenciam às facções (denominados de
"massa") ficavam próximos da facção Guardiões do Estado. Os presos
que pertenciam à "massa" teriam pedido um acordo, que a testemunha
descreve como "voto de confiança".
O
acordo foi feito três dias antes da chacina. Os detentos foram orientados a se
desfazer de facas e armas artesanais, pois foram avisados que os integrantes da
facção rival haviam se livrado dos materiais perfurantes. Dentro da unidade
prisional, entretanto, haviam detentos que queriam a predominância de uma só
facção e não aceitavam a existência de integrantes rivais na mesma unidade
prisional. A testemunha afirmou que os detentos mortos estavam no banho de sol
e foram pegos em emboscada.
Acusados
serão levados a júri popular
Os
acusados de serem responsáveis pela chacina na cadeia de Itapajé,
serão levados a júri popular. Juliana Porto Sales, juíza da 1ª Vara da
Comarca de Itapajé, decidiu nesta terça-feira, 20, que existem provas
suficientes para prosseguir com a acusação contra os réus.
Artur
Vaz Ferreira (Sayamen), Francisco das Chagas de Sousa (Chicó), Antonio Jonatan
de Sousa Rodrigues (Zé Tronco), Willian Alves do Nascimento (Batata), Francisco
Idson Lima de Sales (Idson), Alex Pinto de Oliveira Rodrigues e Murilo Borges
de Araújo são réus no caso e eram integrantes ou aliados de organização
criminosa, segundo denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE).
Por Mário Almeida
Post a Comment