A
Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Timóteo contra
um esquema de corrupção que fraudava os valores de royalties de mineração
devidos por mineradoras a municípios. Estão sendo cumpridos mandados no
Distrito Federal e em 11 estados. A Vale está entre as companhias que serão
vasculhadas pela corporação. O esquema teria participação de um diretor do
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que procurava prefeitos para
oferecer envolvimento no esquema de corrupção.
Também
é alvo da operação o líder religioso Silas Malafaia, suspeito de lavagem de
dinheiro, por supostamente ter emprestado contas correntes da igreja sob sua
influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.
Cerca
de 300 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em 52
diferentes endereços relacionados com o grupo criminoso. Além das buscas, os
policiais também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções
coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária,
sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem
alcançar R$ 70 milhões.
A
Justiça determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer
atos de contratação ou pagamento aos 3 escritórios de advocacia e consultoria
sob investigação. As ações acontecem nas seguintes unidades da Federação: BA,
DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.
Esquema
Até
onde a Polícia Federal conseguiu mapear, a organização criminosa investigada se
dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um
Diretor do DNPM e sua esposa, que realizava a captação de prefeitos
interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por
escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do
Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo
político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela
contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo
colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação
do dinheiro.
Fonte:
Jornal O Povo Online
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