Itapajé: Aterro sanitário não sai do papel; município continua a conviver com a realidade insalubre do lixão a céu aberto
No dia 25
de abril de 2014 a Prefeitura Municipal de Itapajé, até então comandada pelo
prefeito Ciro Braga, promoveu uma audiência pública na Câmara Municipal de
Vereadores para discutir com a comunidade a implantação do Plano Municipal de
Tratamento de Resíduos Sólidos. Elaborado em 2013, o Plano Municipal deveria
ser implementado a partir do ano seguinte. Na ocasião o projeto de implantação
de um aterro sanitário e de uma usina de tratamento de resíduos sólidos estava
em fase de elaboração. A etapa seguinte seria captar recursos junto ao Governo
do Estado e à União. Segundo estimativas, a “usina verde” poderia gerar mais de
cem empregos diretos e, a partir do beneficiamento de cento e cinquenta
toneladas de lixo diariamente, poderia produzir bioenergia capaz de torná-la
autossuficiente e gerar excedente que seria absolvido pela rede de distribuição
da empresa concessionária de energia do Estado.
Em 2014
Itapajé não produzia – e ainda não produz - a quantidade necessária de resíduos
para abastecer a prometida usina, mas por ser o município da região com a maior
população e, consequentemente, com maior produção de lixo – cerca de trinta
toneladas diárias -, seria a sede de um consórcio de cidades que administraria
o aludido aterro sanitário. A promessa feita à população era de que a “usina
verde” poderia estar operando em até um ano e meio. Para tanto, caberia ao
consórcio de municípios formado por Itapajé, Pentecoste, Uruburetama, São Luis
do Curu, Irauçuba, Tejuçuoca, Apuiarés, General Sampaio e Umirim iniciar as
buscas de recursos junto aos entes federados.
Em
entrevista à rádio Atitude, um membro da gestão municipal afirmou que a
Prefeitura já tinha em vista um terreno onde poderia ser implantada a usina de
beneficiamento do lixo e o aterro sanitário. No dia 04 de julho de 2014 a
Prefeitura de Itapajé promoveu mais uma reunião para discutir o mesmo tema com
os representantes do consórcio.
Há quarenta
e cinco dias do fim da gestão municipal para o 2013/2016, os planos de
construção do aterro sanitário e da “usina verde” não saíram do papel. Os
municípios alegam falta de apoio financeiro do Estado e da União. Os cofres
municipais não suportam arcar sozinhos com essa conta. Enquanto isso os lixões
se proliferam. Em Itapajé o lixão municipal é um verdadeiro atentado à saúde
pública.
Apesar de
a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS ter determinado 2014 como o ano
limite para extinguir todos os lixões existentes no país, alguns Projetos de
Lei, a exemplo do PLS 425/2014, aprovado pelo Senado, sugerem a alteração dos
artigos 54 e 55 da legislação, permitindo a prorrogação do fechamento dos
lixões para 2021.
Fonte: Mardem
Lopes
Post a Comment