SESA confirma casos de leptospirose em Itapajé, Fortaleza e Altaneira
A passagem da quadra chuvosa pelo Ceará favorece a
propagação de uma grande diversidade de doenças, dentre elas a leptospirose.
Transmitida por bactérias presentes na urina de ratos, a infecção foi
diagnosticada em 49 pessoas em 2014 no Ceará. Com o maior volume de precipitações
registrado nesta época, áreas de risco de enchentes e enxurradas e locais sem
saneamento básico adequado se tornam mais vulneráveis à ocorrência de casos.
Por isso, especialistas alertam para os perigos da doença, que, se não tratada
rapidamente, pode levar ao óbito.
"Em situações de enchentes, de inundações, a urina do
rato, encontrada principalmente em esgotos e bueiros, mistura-se às enxurradas,
e qualquer pessoa que tiver contato com a água contaminada pode se
infectar", diz Carlos César Morais, veterinário do Centro de Controle de
Zoonose (CCZ) de Fortaleza.
Segundo ele, por ser uma cidade plana, a Capital já possui
uma maior tendência ao acúmulo de águas nas ruas e aos alagamentos após as
chuvas. Com isso, acaba-se criando um cenário propício à disseminação da
leptospirose. "É muito fácil as pessoas entrarem em contato com a água da
chuva. Na ida para o trabalho ou até em momentos de lazer, quando estão
pescando, ou as crianças brincando", explica o veterinário.
Em áreas carentes de saneamento básico, o risco de
transmissão da doença é mais alto também no restante do ano. Como informa
Morais, com os esgotos a céu aberto, as chances de contato com vestígios de
urina de rato existentes aumentam.
Ele esclarece que a doença se desenvolve quando as bactérias
penetram na pele, em especial se houver algum tipo de ferimento ou lesão. Os
sintomas mais comuns são semelhantes aos da dengue e da virose: febre, dor de
cabeça e dor no corpo. Se for diagnosticada precocemente, a leptospirose é
curável. Se houver demora na identificação e no tratamento, pode ser fatal. Em
2014, segundo o Ministério da Saúde, seis pessoas morreram vítimas da infecção
no Ceará.
"É importante procurar a unidade mais próxima assim que
sentir os primeiros sintomas", afirma Morais. "Outra medida
importante é que os órgãos públicos criem ações para conter proliferação dos
ratos", completa o veterinário.
Desratização
Uma dessas iniciativas ocorreu na semana passada, na
Aldeota. A Praça Luíza Távora, também conhecida como Praça da Ceart, recebeu um
trabalho de desratização promovido pela Secretaria Regional II. Equipes fizeram
o combate aos animais e visitaram as ruas do entorno para conscientizar a
população. Conforme a Prefeitura, são realizadas ações rotineiras, juntamente
ao CCZ, em locais com grande fluxo de turistas, riachos, córregos, terrenos
baldios e outras áreas mais vulneráveis.
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), neste ano,
foram confirmados três casos de leptospirose no Ceará. Os registros em
Fortaleza, Altaneira e Itapajé. O órgão informou que todos pacientes receberam
tratamento e já tiveram alta. Nenhum óbito foi contabilizado. Segundo a Pasta,
a Sesa faz o trabalho de vigilância epidemiológica e presta apoio aos
municípios no treinamento de agentes.
Mais informações
Centro de Controle de Zoonose De Fortaleza (CCZ)
(85) 3105.1026
(85) 3433.6892
Vanessa Madeira
Repórter
Post a Comment