Governo Cid processa 18 PMs por apoio a opositores na eleição; MP questiona decisão
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS), por meio da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança, abriu processo administrativo contra 18 militares estaduais por terem declarado voto no vereador Capitão Wagner Sousa (PR), para deputado estadual, e em Flávio Sabino (PR), ex-membro da PM, para deputado federal. Ambos são opositores do governador Cid Gomes (Pros).
O
Governo do Estado alegou que eles não cumpriram norma legal que veda
manifestações político-partidárias por militares. Após receber notificação do
Governo sobre o caso, o Ministério
Público Eleitoral (MPE)analisou o assunto. Em despacho emitido
nesta quarta-feira (22), o órgão concluiu não ter havido irregularidades nas
manifestações de voto.
Em três
portarias publicadas no Diário
Oficial do Estado (DOE) no
dia 20 de outubro, o controlador geral de disciplina dos órgãos de segurança,
Frederico Sérgio Lacerda Malta, determina a instauração de conselhos –
intitulados “conselhos de justificação” -, no âmbito da Secretaria de
Segurança, para processar os 18 militares.
São
três conselhos compostos por presidente, interrogante e relator/escrivão. No
texto, o controlador geral alega que houve violação da conduta militar e que o
fato se torna mais grave quanto mais alta for a patente do militar. De acordo
com as portarias, os processados são cinco capitães, quatro tenentes, um
coronel, um major e um tenente-coronel da Polícia
Militar.
Além
destes, quatro majores e dois capitães dos Bombeiros também estão na lista.
Processados, todos estão sujeitos à exoneração.
O que diz o Ministério Público Eleitoral
O
procurador regional eleitoral Rômulo
Conrado concluiu
não ter havido irregularidades na manifestação de votos dos militares –
conforme alegado pela SSPDS. O procurador também considera comum que militares
votem em militares.
“Por
outro lado é comum certo corporativismo nas intenções de voto, com médicos
apoiando médicos, advogados pedindo votos para seus colegas da advocacia, etc.
O mesmo pode ocorrer com candidatos que são militares, que buscam representar
sua categoria nas cadeiras do parlamento”, afirma Rômulo, do despacho.
O MPE
alega ainda que militares tem direito de votarem e serem votados, e que a livre
manifestação do pensamento é um direito de todos previsto na constituição do
estado.
Veja a lista dos militares processados:
Cícero
Nonato Sousa Passos, capitão PM
Francisco
Everton de Farias Torres, capitão da PM
Humberto
Maia Costa Filho, capitão da PM
Antônio
Gesivaldo de Melo Andrade, capitão da PM
Jone de
Castro Brasil, capitão da PM
Dyego
Galdino Barcelos, tenente da PM
Aluísio
Teixeira da Silva, tenente da PM
Antônio
Lincon Araújo Batista, tenente da PM
Alano
Timbó Magalhães Bezerra, tenente da PM
Francisco
Cavalcante de Paula, coronel da PM
Eugênio
Eduardo Costa Carneiro, tenente-coronel da PM
Plauto
Roberto Lima, major da PM
Luiz
Onofre do Nascimento Filho, major do Corpo de Bombeiros
Homero
Catunda Batista, major do Corpo de Bombeiros
Francisco
Gledson Barbosa Rodrigues, major do Corpo de Bombeiros
Francisco
de Sousa Oliveira Júnior, major do Corpo de Bombeiros
José
Silvio Girão Júnior, capitão do Corpo de Bombeiros
Alan
Lúcio Andrade, capitão do Corpo de Bombeiros
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