21 MUNICÍPIOS PODEM TER AÇÕES EMERGENCIAIS SUSPENSAS
Todos os municípios que ficaram de fora da lista podem
ter as ações emergenciais suspensasNos cinco primeiros meses deste ano, choveu
541 milímetros, 80 mm a mais que no mesmo período de 2013. A produção de grãos
também foi 333% maior. Além disso, em algumas regiões, a vegetação verde até
esconde que ainda é tempo de seca. A situação está melhor, mas ainda é pouco.
No Ceará, 173 municípios confirmaram estado de emergência em maio por causa da
estiagem. No entanto, 21 cidades ainda aguardam reconhecimento da Secretaria
Nacional de Defesa Civil e correm o risco de ter ações emergenciais suspensas.
O Decreto Estadual 31.338, de Situação de Emergência por
Seca, que garante recursos do Governo Federal, teve sua vigência finalizada dia
17 de maio. Um novo decreto foi formulado pelo Estado, com base em análise de
danos e prejuízos feita pela Defesa Civil. A resposta federal foi de que 24
municípios não estariam mais necessitando de medidas emergenciais, quando
apenas três realmente se enquadram nessa condição. Canindé, que tem seu
principal reservatório com apenas 8,6% de volume, ficou de fora.
Ontem, em reunião do Comitê Integrado da Seca do Ceará, o
coordenador da Defesa Civil, sargento Paiva Júnior, afirmou que a secretaria
utilizou dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cenadem). O órgão não considera laudos da Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh) nem da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme). “O Cenadem se limita a um ou dois dados, como o de
vegetação. Se olhar pelo satélite, vê tudo verde, mas aqui a gente sabe que não
é plantio, é seca verde”.
Ações emergenciaisTodos os municípios que ficaram de fora
correm o risco de ter as ações suspensas até que a regularização aconteça.
Conforme Paiva, a perfuração de poços já foi suspensa temporariamente, assim
como o fornecimento de água por carros-pipa. “Não há nenhuma norma que nos
autorize a continuar, porque os recursos são federais. Pode haver um
dispositivo jurídico que permita a continuidade, mas ainda estamos nessa
discussão”.
São atendidos pelos carros-pipa do Estado, segundo o
sargento, os municípios de General Sampaio, Canindé, Pentecoste e Apuiarés. “O
restante deve estar sendo atendido pelo Exército, que deverão manter o
abastecimento mesmo sem a regularização”. Os 21 municípios tem de atualizar
informações no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério
da Integração, até amanhã para que sejam incluídos.
Nicolas Fabre, assessor técnico da Associação dos
Municípios do Ceará (Aprece), afirmou que mais da metade desses municípios
estão com pendências quanto a informações sobre os prejuízos da seca. “Estamos
ajudando na regularização. A documentação agora é informatizada e isso exige
capacitação para não haver problemas”.
A expectativa de reconsideração da Secretaria Nacional
leva em conta a validação de dados da Cogerh e da Funceme. “A nível de Brasil,
a metodologia deles se restringe a um ano de seca. Mas em alguns municípios nós
temos quase quatro anos de seca. A chuva deste ano pode até ser suficiente para
garantir alguma coisa na agricultura, mas não há recarga de açude”.
Saiba mais
Os municípios que estão fora da lista são: Acopiara,
Apuiarés, Aracoiaba, Aratuba, Canindé, Capistrano, Caridade, Caririaçu, Cariús,
General Sampaio, Granjeiro, Ibaretama, Itapajé, Itapiúna, Jardim, Missão Velha,
Ocara, Paramoti, Pentecoste e Tarrafas.
Tejuçuoca, Farias Brito e Crato também fazem parte da
lista, mas não apresentam grandes prejuízos e, por isso, foram retirados.
Durante a reunião, o titular da SDA, Nelson Martins,
anunciou que o Ceará recebeu certificado internacional de zona livre de aftosa
com vacinação. Sobre a possibilidade de racionamento de água na Capital, ele
afirmou que o Castanhão abastece a
Cidade por mais três anos, mas que é preciso consciência
da população.
Cogerh e Funceme não participaram da reunião do Comitê
Integrado da Seca.
Fonte: O Povo
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