VICE-PREFEITO DE MARACANAÚ SAI DA PRISÃO, NO CEARÁ
O vice-prefeito de Maracanaú, Carlos Eduardo Bandeira de Mello, foi solto nesta sexta-feira (11). Ele estava detido na Delegacia de Capturas desde o dia 21 de março após o Ministério Público do Ceará ter denunciado que o vice-prefeito chefiava um esquema de fraudes em licitações no município. O advogado de Carlos Eduardo entrou com um pedido de revogação de prisão preventiva, afirmando que seu cliente "não está envolvido no esquema de corrupção denunciado pelo Ministério Publico do Estado (MPE), podendo responder as acusações em liberdade".
Além
de vice-prefeito, Carlos Eduardo também ocupa o cargo de secretário de
Infraestrutura deMaracanaú.
De acordo com o Ministério Público, as fraudes beneficiavam quatro construturas
que, juntas, ganharam pelo menos R$ 45 milhões em contratos do período de 2007
a 2013. O vice-prefeito é apontado pelo MP como líder do esquema. Os promotores
que investigam pediram a prisão de Carlos Eduardo e de mais outras 14 pessoas,
entre elas a atual presidente e outros membros da Comissão de Licitação de
Maracanaú.
O caso
No dia 18 de março, uma operação do Ministério Público do Estado do Ceará e das Polícias Militar e Civil cumpriu mandados de prisão temporária que resultaram na prisão de dez pessoas em Fortaleza e em outros municípios da Região Metropolitana. No mesmo dia, também foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em residências, empresas de construções e nas secretarias de Infraestrutura e Orçamento, Gestão e Finanças.
No dia 18 de março, uma operação do Ministério Público do Estado do Ceará e das Polícias Militar e Civil cumpriu mandados de prisão temporária que resultaram na prisão de dez pessoas em Fortaleza e em outros municípios da Região Metropolitana. No mesmo dia, também foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em residências, empresas de construções e nas secretarias de Infraestrutura e Orçamento, Gestão e Finanças.
Durante
a operação foram apreendidos, documentos, computadores, arquivos de
contabilidade e notas promissórias. Ao todo, a Justiça expediu 15 mandados de
prisão e 27 de busca e apreensão em Fortaleza, Maracanaú, Aquiraz, Maranguape e
São Gonçalo do Amarante.
De acordo com o promotor de Justiça
Manoel Epaminondas, mais de 35 pessoas são investigadas pelo Ministério
Público, mas foram expedidos 15 mandados de prisão para aquelas que estão
atuando nas licitações ou que estão obstruindo provas das investigações. "Em
oitivas, recebemos as informações de que um grupo teria se reunido para
preparar versões", afirma o promotor.
Segundo
o Ministério Público, uma das empresas envolvidas no esquema teria sido criada
somente para participar das licitações em Maracanaú. De 2007 a 2011, venceu 11
licitações e somou em contratos R$ 4.709.344,92. "Ela (empresa) nunca
participou de licitações em outros municípios do Ceará", afirma o promotor
de Justiça.
Outra
construtora envolvida na fraude tinha como sede, até dezembro de 2013, a casa
de um mestre de obras sem placa de identificação. De 2009 a 2013, venceu sete
contratos de R$ 6.150.358, 94. Uma terceira empresa de construções atuou de
2007 a 2011 e ganhou contratos que somam R$ 23.838.549,41. Esta tem como sócia
majoritória uma mulher que tem vínculo familiar com o vice-prefeito e
secretário de Infraestrutura.
A
quarta envolvida atuou nas licitações mais recentes, de 2011 a 2013, e venceu
oito licitações no valor de R$ 12.452.296,02. De acordo com o Ministério
Público, em um dos exemplos de favorecimento, uma das empresas envolvidas
aumentou o capital social antes do edital ser lançado para concorrer e vencer a
licitação.
Pelas
fraudes serem na origem do processo licitatório, o Ministério Público considera
que todo o processo seguiu irregular e, por isso, pediu o ressarcimento do
valor de todas as licitações vencidas pelas quatro empresas. O sigilo bancário
e telefônico dos envolvidos já foi autorizado pela Justiça. Até o fim de abril,
os promotores devem concluir as investigações das ações penais e de
improbidades administrativas e enviar para a Justiça.
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